A transformação digital é um fenômeno que vem afetando todos os setores da sociedade, inclusive o jurídico. Ela se refere ao uso de tecnologias digitais para melhorar os processos, os serviços, os produtos e as experiências dos clientes e dos usuários.
A transformação digital não é apenas uma mudança técnica, mas também uma mudança cultural, que exige uma nova forma de pensar, de agir e de se relacionar com o mundo.
Neste artigo, vamos abordar os principais impactos da transformação digital na atuação dos profissionais do direito, tanto os positivos quanto os negativos.
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Vamos ver como as novas tecnologias podem facilitar o trabalho dos advogados, dos juízes, dos promotores e dos demais operadores do direito, mas também como elas podem trazer novos desafios, riscos e oportunidades.
Vamos ver também como os profissionais do direito podem se adaptar e se preparar para essa nova realidade, que exige mais conhecimento, mais habilidades e mais competências.
As vantagens da transformação digital para os profissionais do direito
A transformação digital pode trazer muitas vantagens para os profissionais do direito, tanto em termos de eficiência quanto de qualidade. Vejamos algumas delas:
- Acesso à informação;
- Comunicação;
- Produtividade;
- Qualidade.
Acesso à informação
As tecnologias digitais permitem aos profissionais do direito acessar uma grande quantidade de informações jurídicas, como leis, jurisprudências, doutrinas, artigos, notícias, etc.
Essas informações podem ser consultadas de forma rápida, fácil e atualizada, por meio de plataformas online, bancos de dados, sites especializados, etc.
Isso facilita a pesquisa, o estudo e a atualização dos profissionais do direito, bem como a elaboração de peças processuais, pareceres e outros documentos jurídicos.
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Por exemplo, um advogado que atua na área de engenharia civil pode consultar facilmente as normas técnicas e os requisitos legais para um projeto de segurança contra incêndio e pânico, evitando possíveis falhas ou irregularidades.
Comunicação
As tecnologias digitais também permitem aos profissionais do direito se comunicarem de forma mais ágil, eficaz e segura com seus clientes, colegas, parceiros e autoridades. Eles podem usar ferramentas como:
- e-mail;
- WhatsApp;
- Skype;
- Zoom, etc.
Essas ferramentas podem ser usadas para trocar mensagens, documentos, áudios e vídeos. Eles também podem usar redes sociais como LinkedIn, Facebook, Instagram, etc., para divulgar seus serviços, sua marca pessoal e seu conteúdo jurídico.
Produtividade
As tecnologias digitais ainda permitem aos profissionais do direito aumentarem sua produtividade e sua performance.
Eles podem usar softwares e aplicativos que automatizam e otimizam diversas tarefas rotineiras e burocráticas, como controle de prazos, gestão de processos, emissão de notas fiscais, etc.
Eles também podem usar ferramentas que auxiliam na organização, no planejamento e na execução de seus projetos jurídicos.
Por exemplo: um advogado que trabalha com gerenciamento de projeto pode usar um software que permite criar cronogramas, definir metas, atribuir tarefas e acompanhar o andamento do projeto.
Qualidade
As tecnologias digitais também podem melhorar a qualidade do trabalho dos profissionais do direito. Eles podem usar recursos que aprimoram a redação jurídica, como:
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- Corretores ortográficos e gramaticais;
- Dicionários jurídicos;
- Tradutores, etc.
Eles também podem usar ferramentas que facilitam a análise jurídica, como inteligência artificial, big data, analytics, etc.
Essas ferramentas podem ajudar a identificar padrões, tendências, riscos e oportunidades no cenário jurídico, bem como a tomar decisões mais assertivas e estratégicas.
Os desafios da transformação digital para os profissionais do direito
A transformação digital também pode trazer alguns desafios para os profissionais do direito, que devem estar atentos e preparados para enfrentá-los. Vejamos alguns deles:
Segurança
As tecnologias digitais podem expor os profissionais do direito a riscos de segurança, como invasões, vazamentos, roubos e fraudes de dados e informações jurídicas.
Esses riscos podem comprometer a confidencialidade, a integridade e a disponibilidade dos dados e informações jurídicas, bem como a reputação, a credibilidade e a responsabilidade dos profissionais do direito.
Por isso, eles devem adotar medidas de segurança, como criptografia, autenticação, backup, antivírus, firewall, etc., para proteger seus dispositivos, suas redes e suas plataformas digitais.
Por exemplo, um advogado que atua na área de engenharia elétrica pode utilizar uma plataforma digital segura para armazenar e compartilhar os documentos relacionados a um limpeza de coifas, evitando que eles sejam acessados ou alterados por pessoas não autorizadas.
Ética
As tecnologias digitais também podem colocar em xeque a ética dos profissionais do direito, que devem respeitar os princípios e as normas que regem sua atuação.
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Eles devem ter cuidado ao usar as tecnologias digitais para se comunicar, para divulgar seus serviços e para exercer suas atividades jurídicas.
Eles devem evitar condutas que possam violar o sigilo profissional, a independência técnica, a lealdade, a honestidade e a dignidade da profissão.
Eles também devem evitar condutas que possam configurar publicidade enganosa, captação indevida de clientela, concorrência desleal ou infração aos direitos autorais.
Competitividade
As tecnologias digitais também podem aumentar a competitividade no mercado jurídico, que já é bastante acirrado e saturado.
Os profissionais do direito devem estar preparados para enfrentar a concorrência de outros profissionais que também usam as tecnologias digitais para se destacar e se diferenciar.
Eles devem buscar oferecer um serviço de qualidade, de valor e de resultado para seus clientes, bem como uma experiência satisfatória e diferenciada.
Eles também devem buscar se atualizar constantemente, se especializar em áreas de interesse e se adaptar às novas demandas e necessidades dos clientes.
Por exemplo, um advogado que atua na área de propriedade industrial pode se especializar em questões relacionadas à proteção de invenções tecnológicas, como uma máquina de corte cnc, que utiliza um sistema computadorizado para controlar o movimento da ferramenta de corte.
Assim, ele pode oferecer um serviço mais qualificado e específico para seus clientes que atuam nesse segmento.
As oportunidades da transformação digital para os profissionais do direito
A transformação digital também pode abrir muitas oportunidades para os profissionais do direito, que devem estar atentos e aproveitá-las. Vejamos algumas delas:
Inovação
As tecnologias digitais podem estimular os profissionais do direito a inovarem em seus serviços, produtos e processos jurídicos. Eles podem usar as tecnologias digitais para criar soluções jurídicas mais criativas, eficientes, ágeis e personalizadas para seus clientes.
Eles também podem usar as tecnologias digitais para desenvolver novos modelos de negócio, de atuação e de remuneração no mercado jurídico.
Por exemplo: um advogado que trabalha com projeto de subestação pode usar um aplicativo que permite ao cliente acompanhar o andamento do projeto em tempo real, bem como interagir com o advogado por meio de chat, vídeo ou voz.
Educação
As tecnologias digitais podem facilitar o acesso dos profissionais do direito à educação jurídica, tanto formal quanto informal.
Eles podem usar as tecnologias digitais para cursar graduações, pós-graduações, mestrados, doutorados e cursos livres na área jurídica, por meio de plataformas online, como EAD, MOOCs, etc.
Eles também podem usar as tecnologias digitais para consumir conteúdo jurídico de qualidade, como:
- Livros;
- Revistas;
- Podcasts;
- Vídeos;
- Webinars, etc.
Por meio de plataformas online, como Kindle, Spotify, YouTube, etc.
Colaboração
As tecnologias digitais podem favorecer a colaboração entre os profissionais do direito, tanto interna quanto externamente.
Eles podem usar as tecnologias digitais para trabalhar em equipe com seus colegas, parceiros e funcionários, por meio de ferramentas como Google Drive, Trello, Slack, etc.
Eles também podem usar as tecnologias digitais para se conectar com outros profissionais do direito, de diferentes áreas, regiões e países, por meio de redes como OAB Digital, Legal Hackers, LawTechs, etc.
Por exemplo, um advogado que atua na área de engenharia mecânica pode se conectar com outro advogado que atua na área de engenharia ambiental, por meio de uma rede online, para trocar informações e experiências sobre um caso envolvendo a instalação de uma tubulação industrial que pode causar impactos ambientais. Assim, eles podem colaborar para encontrar a melhor solução jurídica para o caso.
Como se adaptar à transformação digital
Diante dos impactos da transformação digital na atuação dos profissionais do direito, é fundamental que eles se adaptem e se preparem para essa nova realidade. Para isso,eles devem seguir algumas dicas, como:
- Aprender sobre as tecnologias digitais;
- Desenvolver habilidades socioemocionais;
- Atualizar-se constantemente;
- Adaptar-se às novas formas de trabalho.
Aprender sobre as tecnologias digitais
Os profissionais do direito devem buscar aprender sobre as tecnologias digitais que podem impactar sua atuação, como inteligência artificial, blockchain, cloud computing, etc.
Eles devem entender como essas tecnologias funcionam, quais são seus benefícios e seus riscos, e como elas podem ser aplicadas ao direito.
Eles também devem buscar desenvolver habilidades técnicas para usar essas tecnologias, como programação, análise de dados, design, etc.
Por exemplo, um advogado que atua na área de engenharia elétrica pode aprender a programar um sistema de inteligência artificial que auxilie na elaboração de contratos de manutenção elétrica, utilizando dados de diferentes fontes para gerar cláusulas personalizadas e otimizadas. Assim, ele pode oferecer um serviço mais eficiente e inovador para seus clientes.
Desenvolver habilidades socioemocionais
Os profissionais do direito também devem buscar desenvolver habilidades socioemocionais que podem complementar e diferenciar sua atuação, como:
- Criatividade;
- Pensamento crítico;
- Comunicação;
- Colaboração;
- Liderança, etc.
Eles devem usar essas habilidades para resolver problemas jurídicos complexos, inovar em seus serviços e produtos jurídicos, se relacionar com seus clientes e parceiros, e gerenciar suas emoções e seu estresse.
Atualizar-se constantemente:
Os profissionais do direito ainda devem buscar se atualizar constantemente sobre as novidades e as tendências do mercado jurídico e do cenário social, econômico e político.
Eles devem acompanhar as mudanças legislativas, jurisprudenciais e doutrinárias que podem afetar sua atuação, bem como as demandas e as expectativas dos clientes e da sociedade.
Eles também devem buscar se especializar em áreas jurídicas que estejam em alta ou que tenham potencial de crescimento.
Por exemplo, um advogado que atua na área de propriedade intelectual pode se especializar em questões relacionadas à proteção de inovações tecnológicas, como um quadro de comando elétrico, que é um dispositivo que controla e protege os circuitos elétricos de uma instalação.
Assim, ele pode atender a uma demanda crescente de clientes que atuam nesse segmento.
Adaptar-se às novas formas de trabalho:
Os profissionais do direito também devem se adaptar às novas formas de trabalho que a transformação digital possibilita, como o home office, o coworking, o outsourcing, etc.
Eles devem aproveitar as vantagens dessas formas de trabalho, como a flexibilidade, a autonomia, a economia e a diversidade.
Eles também devem superar os desafios dessas formas de trabalho, como a falta de estrutura, a falta de contato humano, a falta de disciplina e a falta de segurança.
Quais são as tendências da transformação digital no direito?
A transformação digital no direito é um processo contínuo e dinâmico, que acompanha as mudanças sociais e tecnológicas. Por isso, é difícil prever com precisão quais serão as próximas novidades nesse campo.
No entanto, é possível apontar algumas tendências que já estão se consolidando ou se desenhando no horizonte. Veja algumas delas:
- Blockchain: é uma tecnologia que permite criar registros digitais imutáveis e descentralizados, que podem ser compartilhados entre diversos participantes.
Ela pode ser usada para diversos fins jurídicos, como autenticação de documentos, registro de propriedade intelectual, execução de contratos inteligentes etc.
- Cloud computing: é uma tecnologia que permite armazenar e acessar dados e aplicativos na internet, sem a necessidade de instalar ou manter servidores físicos. Ela pode trazer benefícios como redução de custos, aumento de segurança, escalabilidade e mobilidade para os profissionais do direito.
- Gamificação: é uma técnica que utiliza elementos de jogos para engajar e motivar as pessoas a realizarem determinadas ações. Ela pode ser aplicada na educação jurídica, na gestão de equipes, na fidelização de clientes etc.
- Internet das coisas: é uma tecnologia que permite conectar objetos físicos à internet, permitindo que eles se comuniquem entre si e com outros dispositivos.
Ela pode gerar novos desafios e oportunidades jurídicas relacionadas à responsabilidade civil, à proteção de dados, à propriedade intelectual etc.
- Realidade virtual e aumentada: são tecnologias que permitem criar ou modificar ambientes virtuais por meio de dispositivos como óculos ou smartphones.
Elas podem ser usadas para fins educacionais, recreativos ou profissionais no direito. Por exemplo, elas podem simular situações jurídicas, facilitar o acesso à informação ou proporcionar experiências imersivas.
Quais são as competências necessárias para os advogados do futuro?
Diante da transformação digital no direito, os advogados do futuro precisam desenvolver novas competências para se adaptarem às mudanças e se destacarem no mercado. Além das habilidades técnicas e jurídicas tradicionais, eles precisam ter:
- Visão estratégica: capacidade de planejar e executar ações alinhadas aos objetivos do negócio e às expectativas dos clientes.
- Pensamento crítico: capacidade de analisar problemas complexos e tomar decisões baseadas em evidências e argumentos lógicos.
- Criatividade: capacidade de gerar soluções inovadoras e originais para os desafios jurídicos.
- Comunicação: capacidade de se expressar com clareza e persuasão em diferentes meios e contextos.
- Colaboração: capacidade de trabalhar em equipe com profissionais de diferentes áreas e perfis.
- Aprendizagem contínua: capacidade de se atualizar constantemente sobre as novidades jurídicas e tecnológicas, buscando novos conhecimentos e habilidades.
- Adaptabilidade: capacidade de se ajustar às mudanças e às demandas do mercado e dos clientes.
- Ética: capacidade de agir com integridade, responsabilidade e respeito aos valores e princípios jurídicos.
Conclusão
A transformação digital é uma realidade que vem impactando a atuação dos profissionais do direito de diversas formas. Ela pode trazer vantagens, como acesso à informação, comunicação, produtividade e qualidade.
Ela também pode trazer desafios, como segurança, ética e competitividade. Ela ainda pode abrir oportunidades, como inovação, educação e colaboração.
Os profissionais do direito devem estar atentos aos impactos da transformação digital e se adaptar a eles. Eles devem aprender sobre as tecnologias digitais, desenvolver habilidades socioemocionais, atualizar-se constantemente e adaptar-se às novas formas de trabalho.
Assim, eles poderão aproveitar os benefícios e superar os obstáculos da transformação digital, e se destacar no mercado jurídico.
Texto originalmente desenvolvido pela equipe do blog Business Connection, canal em que você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.